NOTA
ABERTA AO BLOGUEIRO ÉDIPO NATAN
É
com uma tremenda infelicidade que venho hoje tornar público minha insatisfação
com a postagem publicada no dia 20 de julho no blog do Édipo Natan (http://ediponatan.com.br/index.php/component/content/article/34-local/7197-fraca-resenca-emmanifestacoes-fortalece-projeto-da-prefeitura-de-investimento-no-turismo-religioso.html).
Caro
blogueiro, o senhor foi totalmente infeliz em praticamente toda a sua pseudo reportagem
sobre o movimento. O Grupo Vem Pra Rua Santa Cruz, é composto por professores,
alunos secundaristas e universitários, sindicalistas, artistas, e demais
setores da sociedade preocupados com o futuro de nossa cidade. Somos a mente
pensante da sociedade brasileira, isto é, não temos envolvimento com políticos,
somos um grupo apartidário. Para ficar mais claro ainda, não temos “rabo preso”
com nenhum político da cidade, nem mesmo do estado.
No
momento do movimento e das redes sociais, difundimos um conjunto de 7 propostas
que englobam desde de saúde e qualidade de vida até a cultura e educação. E
pretendemos dentro de um mês aumentar e muito esse número. Dentre essas sete,
montamos um projeto de esporte e lazer no bairro do Conjunto Cônego Monte,
inspirado por um que já foi posto em prática em cidades do Rio Grande do Sul, para
trazer saúde e qualidade de vida para a população daquele local, tal projeto já
está orçado e deve ser posto em prática o mais rápido possível. Trabalho que
deveria ser dos que estão no poder, mas se estes não fazem, ou se realizam
improvisam, nós damos um jeito, dentro do possível, de cumprir com essa responsabilidade
social.
Outra
citação infeliz foi “É inegável que a construção do teleférico só tem a trazer
melhorias para Santa Cruz”, isso não é verdade. Uma cidade turística não é
necessariamente uma cidade que tem um ponto turístico. As noções de turismo
brasileiras fundamentam-se no que foi estabelecido pela Organização Mundial do
Turismo (OMT). Sendo assim, considera-se turista aquele que visita diversos
locais e aquece a economia da região com a injeção de capital de giro.
Se
tomarmos a definição como base, Santa Cruz não tem turista, tem visitante. O
romeiro, religioso, ou mesmo curioso que visita à estátua de Santa Rita de
Cássia, apenas dão as caras, não injeta capital, pois não temos uma rede
hoteleira decente, nem outros locais turísticos que sejam atrativos ao
visitante. Um teleférico seria só mais uma forma de desvio de dinheiro público,
e gastos desnecessários que só trariam prejuízos à população da nossa cidade.
Ao
contrário do que o senhor apontou, não gerará emprego e renda, mas sim,
prejudicará os amigos moto-taxistas os quais deixarão de fazer suas viagens ao
Alto. Além disso, qual será a construtora que edificará o teleférico? Será que
vai ser como está proposto? 12 milhões, ou ocorrerá “problemas” que farão esse
número aumentar como na obra do próprio Alto?
Não,
não somos contra o teleférico, somos contra o modo com que esta sendo ele
imposto. Pois existem outras prioridades em nossa cidade. Um amigo meu foi
assaltado cinco vezes, e em diversas não havia sequer uma impressora para fazer
um B.O. Outra vez não havia remédios no hospital. Outra os remédios estavam
vencidos. Há cerca de um mês a caixa de força da Escola Estadual Professor
Francisco de Assis Dias Ribeiro pegou fogo e os alunos estão sem aulas, parte
considerável da população santacruzense em idade escolar esta sem acesso digno
à informação! A mesma escola esta há cerca de dois meses com suas contas
paradas! Em quanto isso os postos de saúde estão com falta de médicos.
Não,
não é por causa de um teleférico, é pelos políticos da nossa cidade darem mais
importância a um desperdício de dinheiro público que aos serviços básicos os
quais estão em situação caótica. Isso sem mencionar que é uma agressão ao
Estado laico. Mesmo com todos os pontos apresentados acima, o grupo esta
trabalhando com diversos outros eixos, pois estamos ouvindo os anseios de toda
uma sociedade. Então entramos na afirmação que foi título de sua reportagem: “Fraca
presença em manifestações fortalece projeto da Prefeitura”
Mais
um erro que poderia ser evitado se o senhor tivesse pelo menos se dado o
trabalho de pesquisar sobre o assunto. Nosso grupo possui mais de 2.100 membros
inscritos, somos abertos e democráticos. A presença não foi fraca, pois cada um
é representado pelo pensamento ideológico de uma Santa Cruz melhor, e esse
pensamento é praticamente universal. Digo praticamente, e desconstruo sua
alegoria de “minoria da população”, pois os que permitem que se instaure a
situação caótica supracitada em serviços básicos, com certeza, não concordam
esse pensamento.
Afirmo
mais, é uma participação forte, pois enquanto que jornalistas com tendência de desinformação
de toda uma sociedade, burgueses fascistas e oligárquicos no poder, e toda uma
população clamando por serviços básicos, tudo isso movido pelo dinheiro; nós
temos ideias, propostas, dignidade, história de luta por uma cidade melhor, e
isso o dinheiro não compra!
Também
aproveito para reafirmar o que dizemos desde o início: não somos contra a
prefeita. Não nos importamos com esquerda ou direita, pois o que queremos é ir
em frente! Queremos somar a qualquer um que esteja fazendo gestão. Uma vez que,
entendemos que o político é apenas uma representante da sociedade, um empregado
nosso, quem esta no poder é o povo. Algo que é explicado pelo filósofo Rosseau,
que com sua teoria de Contrato Social caracteriza a população como agente ativo
e passivo no processo de justificação do poder.
Ao
mesmo tempo de que precisamos do atendimento os serviços básicos, também
exigimos o investimento na cultura, em pontos de informação turísticas, em
estruturação da cidade, na revitalização das nossas praças, e em outros pontos
de visita para os turistas.
Por
fim, digo que esse confronto de opiniões é necessário para a construção de uma
democracia plena, proposta há quase 30 anos no Brasil, mas ainda não
consolidada. E respeito e acompanho o trabalho desse jornalista. E sei que ele
terá o profissionalismo suficiente para entender a crítica construtiva. E
termino afirmando que as opiniões contidas nesta nota são única e
exclusivamente minha, podendo ou não corresponder com as do grupo, e assumo a
autoria única e exclusivamente minha deste escrito.
Att,
Ramon
de Lima Luduvico
Militante
estudantil
Diretor de Políticas
Educacionais da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas
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