segunda-feira, 25 de março de 2013

Tribuna do Norte: O algodão do auge à derrocada



Usina Algodoeira Potengy, em São Tomé: máquinas que beneficiaram safra recorde nos anos 80 estão paradas
Uma fibra da qual nada se perde. Quando beneficiada se transforma em linha, roupa, lençol. E, do caroço, se extrai alimento para o gado e óleo para a confecção de sabão em pedra e até de combustível. Assim é o algodão. 

O ouro branco que, entre as décadas de 60 e 80 teve picos de produção no Rio Grande do Norte e alavancou a economia do estado no cenário nacional, chegou a  responder por 40% da arrecadação de ICMS no RN nos anos 70. Enricou produtores,  proporcionou a ascensão de pequenas comunidades a municípios prósperos, movimentou rodovias com o vai e vem de caminhões, implementou 600 quilômetros de trilhos de Natal a Macau e de Macau a Nova Cruz. Empregou milhares de potiguares. 

Hoje, porém, o cenário das vastas plantações que chegaram a ocupar 500 mil hectares em todo o estado, em nada lembra os algodoeiros que mais pareciam nuvens em pleno solo, dada a vastidão nas plantações. 

Durante dois dias, a TRIBUNA DO NORTE visitou pólos produtores e beneficiadores da fibra no Rio Grande do Norte. Foram quase 700 quilômetros percorridos entre Afonso Bezerra, Pedro Avelino, Angicos, São Tomé e João Câmara. Em comum, os municípios visitados guardam a lembrança de um passado glorioso, hoje empoeirado e quase esquecido diante dos prejuízos herdados pela devastação das plantações causada pela praga do bicudo.

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