No dia 15 de março a agente de
saúde paquistanesa Mumtaz Begum, de 35 anos, recebeu um telefonema que mudaria
sua vida. Na ligação, seu supervisor a convocou para uma reunião na manhã
seguinte. Mas mal sabia ela que o verdadeiro objetivo do encontro não seria
definir os detalhes de mais uma campanha de vacinação, na qual ela iria
trabalhar imunizando as pessoas, como inicialmente lhe foi informado.
Begum e outras 16 agentes de saúde
paquistanesas se tornaram peças-chave na caçada por aquele que, na época, era o
fugitivo mais procurado do mundo: Osama Bin Laden. Elas participaram de uma
campanha de vacinação falsa, coordenada pelo médico Shakeel Afridi e concebida
pela CIA cujo verdadeiro objetivo era tentar coletar sangue e material orgânico
contendo o DNA dos integrantes da casa que, segundo suspeitas confirmadas da
inteligência americana, servia de esconderijo para o líder da Al-Qaeda.
Bin Laden foi morto em maio de 2011 por um
esquadrão de elite americano em uma operação secreta no distrito de Abbottabad,
na província de Khyber Pakhtunkhwa (norte do Paquistão). Mas desde então, as 17
agentes de saúde que participaram da campanha de vacinação falsa têm vivido sob
ameaças. Todas perderam seus empregos e agora são consideradas
"traidoras" em seu país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário