segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Opinião: Analisando o Índice de Desenvolvimento Humano, no Brasil.

Por: Alan Bandeira Pinheiro

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), desde 1993.Tal Índice varia de zero (0) a um (1).Com ele, podemos determinar se um país é desenvolvido, subdesenvolvido ou emergente.São avaliados os aspectos de escolaridade, de expectativa de vida e renda per capita dos países.Não obstante, dentro de um mesmo país podem variar significativamente os índices.Constatando, assim, que há regiões onde a qualidade de vida é superior as outras.

Nessa diretriz, neste ano de 2013, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um levantamento referente ao IDH brasileiro.Os dados revelam um grande avanço na expectativa de vida da população,sobretudo da Região Nordeste.De acordo com o resultado da pesquisa, em 20 anos, 85% dos municípios saíram do patamar de muito baixo desenvolvimento humano.Diante desse quadro, diagnostica-se que houve melhorias nas condições sociais de nossa sociedade, todavia estamos longe de alcançar os números da Noruega.Este país ,por sua vez, teve 0,955 de IDH, no ano de 2012.

A maioria dos municípios com índices elevados estão localizados nas Regiões Sul e Sudeste.São Caetano do Sul (SP),Águas de São Pedro (SP) ,Florianópolis (SC) ,Vitória (ES) e Balneário Camboriú (SC) encabeçam a lista dos 50 maiores IDHs do Brasil.Em contrapartida, os 50 piores IDHs estão todos localizados nas Regiões Norte e Nordeste.Nesse contexto, com 24.808 habitantes, a cidade de Melgaço ,no Pará tem o pior IDH.
Dessa forma, é evidente que políticas públicas que objetive o bem comum, em detrimento do particular, é relevante para que o Norte e o Nordeste possam galgar números mais expressivos e positivos, no tocante a educação, a saúde e a renda per capita.Sem dúvida, após essa análise dos IDHs dos municípios fica mais fácil de desenvolver projetos voltados a melhorar os déficits e a preservar os superávits.Assim, nossos representantes tem o dever de tomar as providências cabíveis.

Ainda consoante a pesquisa, vale ressaltar que o IDH geral do Brasil é alto, 0,727.Portanto, pode-se inferir que “no Brasil existem vários Brasis”.Brasis esses, que podem variar drasticamente seus IDHs.Por exemplo, Santos (SP) tem IDH: 0,840.Numeração alta, chegando até fazer analogias com países da Europa Ocidental.Por outro lado, não é raro encontrar IDHs baixíssimos, como os do continente Africano.Para exemplificar, temos Carnaúbas do Piauí (PI) com IDH 0,505.

Uma questão que decerto deve ser combatida é as disparidades sociais das regiões.Assim, embora tais disparidades tenham sido reduzidas ,nos últimos anos, com o aumento do IDH do Norte e Nordeste ,o quadro ainda é inadmissível.Dado isso, Dilma Rousseff disse: “Os avanços nos municípios das regiões Norte e Nordeste foram mais intensos que nas outras regiões. Isso é muito importante para o país”.
Acerca dos números do PNUD e sobre a mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras, a presidente opinou: “Acho que nós temos de incorporar um desafio ao nosso IDHM, que é a mobilidade urbana. Esse momento é um momento especial. Assim como somos capazes de melhorar tudo isso ao longo desse processo, tenho certeza de que com trabalho árduo, determinação de investir nas pessoas, nós também somos capazes de garantir a devolução do tempo para as pessoas”.

Se quisermos conquistar um IDH melhor, faz-se necessário o investimento exacerbado na educação.Já que nesse quesito, o país tem sérias dificuldades. "Dinheiro para educação é importante, mas não adianta dobrar os investimentos e não melhorar a gestão dos recursos”, concluiu o economista Affonso Celso Pastore.Quiçá, o problema da educação não seja culpa somente do Estado, também é relevante o incentivo e a conscientização dos pais.

No entanto, uma pesquisa realizada pelo governo federal vai de encontro aos números.Foi verificado que alunos do ensino público de Sobral, cidade interiorana do Ceará, custam ,em despesa escolar, a metade dos alunos da rede municipal de São Paulo.Porém, estes sabem menos matemática e português ,no 5º ano do ensino fundamental, que aqueles.Portanto, nesse contexto, é evidente que ,em alguns casos, o total de gastos não influencia na aprendizagem.

É sabido que os auxílios do governo federal contribuíram para o progresso de algumas cidades.Aliás, não apenas das cidades, mas também da população que nelas reside.Para Érico Desterro, o baixo desempenho de alguns municípios ,no levantamento da ONU, é reflexo do mau uso do dinheiro público pelos gestores.Assim, é importante que tenha uma maior fiscalização dos recursos financeiros ,a fim de combater as práticas ilícitas, que ,infelizmente, são comuns no Brasil.

Concluímos que inúmeros exemplos podem ser seguidos. São eles, o da Noruega, da Suécia, da Alemanha, da Irlanda, da Nova Zelândia, dentre outros, no que tange o IDH.Portanto, as ações devem ser realizadas já, e não esperar para outrora, como é típico dos brasileiros.O “jeitinho” brasileiro aqui não cabe.Ou a mudança ocorre, ou o país ficará paralisado no tempo, observando o crescimento dos outros países.Como dizia Thomas Hobbes: “o homem é o lobo do próprio homem”.Aqui no caso: “Um país é o lobo de outros países”.

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