segunda-feira, 10 de março de 2014

“Faltam remédios e exames para os pacientes com aids”

André Luciano de Araújo Prudente fala das causas do aumento nas mortes entre pacientes de aids no RN
Na última quinta-feira, a TRIBUNA DO NORTE publicou, com exclusividade, o relatório do Ministério da Sáude (MS) e analisado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), que mostra a liderança do Rio Grande do Norte no número de óbitos causados pela aids entre os anos de 2002 e 2012. O RN saltou de 39 para 108 mortes registradas devido à ação do vírus HIV. O crescimento é de 176,9%.


Para a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), o aumento no número de casos no Estado – tanto no tocante à notificação, quanto aos casos novos e nos registros de óbitos – é reflexo dos investimentos realizados através do Programa Estadual DST/aids e Hepatites Virais na rede de serviços para diagnóstico do HIV. Segundo a  coordenadora do Programa, Sônia Cristina Lins, “essa ampliação nos números de óbitos por aids é o reflexo dos investimentos que a Sesap tem feito para ampliar o diagnóstico da doença tanto nos municípios, através da implantação de Serviços de Atenção Especializada (SAEs), quanto nos hospitais de referência de Natal e Mossoró”, coloca.

Mas para o presidente da Sociedade Norte-Rio-grandense de Infectologia, André Luciano de Araújo Prudente, o aumento de óbitos na última década foi causado por outros fatores. O médico destaca também que, apesar da rede ser abastecida com medicamentos que controlam a ação do vírus HIV, faltam remédios para combater as doenças oportunistas. “Faltam remédios e exames básicos que acabam causando essas mortes”, diz. 

O presidente relata ainda a necessidade do diagnóstico cada vez mais precoce. Para tanto, acredita que todos os médicos devem criar o hábito de solicitar o teste do HIV em exames rotineiros. O médico afirma ainda que as campanhas de prevenção de aids não apresentam os efeitos desejados e com o advento do coquetel antiviral, as pessoas perderam o medo da doença. “Hoje, é possível conviver com a doença e as pessoas perderam aquele medo que era mais latente na década de 80”, diz.

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